A arte do diabo de dominar e provocar suicídios o jogo “A Baleia Azul” e os curadores agentes satânicos.

18 Maio, 2017

O jogo suicida da “Baleia Azul” faz parte de uma rede satânica, constituída especialmente por jovens ou pessoas deprimidas ou em que a ruminação mental está presente.

A Baleia Assassina, A Baleia Azul, A Baleia Negra… É UMA SEITA SATANICA e radicalizada.
Vamos analisar o efeito dominó da Baleia Azul, a que poderemos de chamar de Baleia Negra; Baleia Dominó; Baleia Umbilical, etc. …
Em termos biológicos e analíticos… elas por vezes procuram este efeito lunático ao encalharem às centenas, os filhos… os pais… é uma cadeia que arrasta e deixa marcas em toda a espécie e lugar.
Antes de prosseguir, vou tentar resumidamente, esclarecer alguns tópicos que julgo de interesse.
As seitas, os fundadores e em especial a partir do seculo IXV e seus promotores, de igrejas ou seitas ou cultos filosóficos como a maçonaria, são grandes mestres que passam o tempo a ler e a observar o povo seus folclores, prazeres e que se fundem em conceitos ou doutrinas de interesse social com vários termómetros que medem forças e que inclui interesses sexuais e materiais, outros meramente pelo prazer de sentir e fazer vibrar as emoções doentias que levam ao sofrimento e obediência cega. Hoje os meios de comunicação e as redes sociais substituíram mais de 95% os peregrinos ou angariadores pedestres.

Entre tantas seitas diabólicas: Os líderes são doentios, compulsivos, e se autoconvencem com a radicalização dos seus dogmas, lembram-se de Koresh nos Estados Unidos?

Ascensão à liderança da doutrina do Rei David.
Em 1983, Koresh começou a auto proclamar-se profeta.
Esforçou-se de modo que todos acreditassem e confiassem nele, e apenas nele. Todas as ligações com o passado, nada significavam nem a própria consanguinidade ou doutrina.
Sua lógica e mania, ele era o escolhido por Deus e para ensinar e salvar o mundo em degradação. Ele como eleito profeta, e se alguém tivesse que depender de alguém, esse alguém era Ele, porque só Ele detinha o poder de salvar e ensinar seus adeptos.
O dom da oratória e do convencimento rapidamente atingia e atraía cada vez mais seguidores e em especial os mais sensíveis ou vulneráveis.

Nesta época, ele já havia começado a divulgar a mensagem que ele próprio era o Cristo, proclamando que ele era “o Filho de Deus, o cordeiro que poderia abrir os Sete Selos”.
1986 Koresh começou a pregar que ele tinha o direito de possuir 140 esposas, 60 delas como suas “rainhas” e as demais 80 como suas concubinas, direito esse que teria sido baseado na interpretação do Cântico de Salomão. Koresh então construiu sua nova ideologia totalmente em torno de seu “casamento” com Doyle. Essa teologia foi denominada”Nova Luz”, pregando uma doutrina de poligamia para ele mesmo, o que ele chamou de “A Casa de David”. Ele e todos os fiéis morreram a maioria, queimados e envenenados.

Num contexto sumário, relembremos da seita Heaven´s Gate (Porta do Paraíso):
O professor de música Marshall, líder da seita Heaven’s Gate, uma espécie de pastor que acreditava ser a reencarnação de Jesus Cristo, deixou registrados em vídeo os preparativos e detalhes da estranha viagem que ele e mais 38 membros da seita fariam em 1997. Todos iriam seguir a rota do Cometa. Quando a fita chegou às mãos de seu destinatário, um ex-participante da seita, já era tarde. No dia 26 de março, a polícia invadiu a rica mansão dos fanáticos, em San Diego, Califórnia, e viu os corpos já em estado de putrefação. Segundo a mensagem, todos tinham partido para uma nave espacial próxima ao cometa Hale-Bopp, visível aos terráqueos somente a cada 4.200 anos.

De vez em quando surgem dementes como a seita AUM no japão, uma seita que até fabricava bombas de gás e outros métodos para reivindicar e marcar sua presença.
Também teve sua origem na Rússia como a “Baleia Azul” e teve grande impacto no Japão.
Tinham uma associação cuja atividade envolvia violência contra cidadãos e outros danos para a saúde deles (parte 1 do artigo 239 do Código Penal da Rússia). O “Aum Shinrikyo” estava na lista das organizações terroristas. Sua atividade foi na época proibida na Federação da Rússia e hoje está extinta aparentemente.
Segundo a porta-voz do Comitê de Investigação, um grupo das pessoas não identificadas criou em 2011 em Moscou e São Petersburgo a Associação de Seguidores “Aum Shinrikyo” como grupo religioso. A sua atividade tem sido associada com a violência contra cidadãos e outros danos para a saúde deles.
A organização estava bem estruturada e hierarquizada, usava métodos de impacto e tortura física e psicológica sobre os seus adeptos ou novos seguidores. O principal objetivo, era o sentimento de obediência e objetividade e convencê-los a fazerem doações e transferir todos os seus bens à seita.

Também o demónio marca sua presença em todas as épocas, outra seita conhecida foi a Applewhite.
No maior suicídio coletivo no território dos EUA, os 18 homens e 21 mulheres encontrados em camas na mansão tinham entre 26 e 72 anos, estavam vestidos de preto e cobertos com um véu triangular roxo. Bolsas de viagem, arrumadas, estavam ao lado das camas. Os exames indicaram que as mortes foram provocadas pela ingestão de uma mistura de álcool com o barbitúrico fenobarbital, um coquetel que os suicidas não ingeriram simultaneamente, mas em pequenos grupos, ao longo de uma semana. Não havia marcas de violência e todos usavam o mesmo corte de cabelo, tipo escovinha. Documentos revelaram que os mortos vieram de vários lugares dos EUA e que a maioria tinha formação universitária.
Esta seita, fundada na década de 70 por Applewhite e uma enfermeira conhecida por Bonnie Lu, a seita tinha seguidores por todo o país e misturava elementos cristãos e de ficção científica. Homossexual que rejeitava a homossexualidade, 65 anos e filho de um pastor protestante, o líder do Porta do Paraíso pregava uma imortalidade andrógina e um ideal de pureza sexual – tinha sido castrado. Em solidariedade ao líder, pelo menos 15 dos suicidas homens também haviam sido castrados. A prática, segundo alguns médicos, teria como finalidade tornar os seguidores mais dóceis.
Membros da seita mortos eram donos da empresa de informática High Source Web Design, faziam páginas na internet para empresas e utilizavam a rede para divulgar sua estranha doutrina. Eles tinham, numa firma inglesa, um seguro contra abdução por extraterrestres.

O dom de profetizar, ganhar adeptos e de fazer comparações com outros cultos ou filosofias, é a arte que explora consciências, mesmo daquelas pessoas com mais ensino ou formação, tudo isto, e de forma legal, em que a lei não possa interferir ou bloquear os inúmeros modus Operandi. Observando a consciência e o comportamento assim como o espaço vazio, que sempre está presente na incógnita «Eu é que tenho o poder, me foi concedido, ele me escolheu para guiar suas ovelhas, portanto estais sujeitos a mim e lhes darei ensinarei os caminhos a percorrer e os frutos do sacrifício». E há, os grupos dos frustrados o psicopatas assim como os que se autodenominam de narcisistas e abstencionistas e ou as várias interpretações do “Amor Platónico”.

Em termos religiosos e sociais sabemos a significação da monogamia, mas falemos do antónimo da monogamia, ou seja a poligamia. Método muito frequente desde outrora e que até em zoologia é referencia.
Me estou lembrando que em 1983, fiz na época um estudo e experiência com pessoas que tinham relações sexuais com primatas, grupos homossexuais e a mistura de várias orientações… a sífilis… os macacos que eram consumidos às refeições, ensaios de retração inversa biomolecular do plasma… etc.
Nesse estudo e experimentos, deparei-me com fatores opostos referentes ao comportamento e reação de vírus e células frente à ionização; Analisei os veículos de transmissão, mutação genética, divisão celular, protozoários, treponemas, etc., enfim, não interessou… nem interessa, porque o que interessa, é o trabalho de grupo. Sempre fui por raiz de nascimento independente e nunca autónomo. Para mim neste capítulo, hoje apenas me sobram algumas lembranças nos nanotubos, grafite, coloides e nanopartículas, etc.
Em relação ao foco inicial deste tema simples… todos querem vender o Céu, mas para isso há viagens que têm custos e com prazo de pagamento – Imagine-se, o percurso pela via Láctea, até chegar à Andrómeda o então mesmo para chegar ao Inferno.
Vamos à seita dos “Curadores Assassínios – intelectualizados, domesticados e virtuais”; «Domesticadores de mamíferos” ou seja os efeitos e resultados da “Baleia Azul”, poderia ser a baleia verde ou a baleia negra, o que interessa é o Modus-Operandi. “
É a persuasão da “lavagem de consciência”. Este efeito tem sempre reações paralelas quer a nível familiar ou social – a raiva, a vingança, a escassez ou abundância, em suma é um «pacto» cujos “Curadores ou Obsessores” atuam atualmente em qualquer lugar, independentemente da condição ou situação, cor ou “status” da vítima – um novo formato de abater pessoas em nome de uma causa quer politica, religiosa ou doentia “ruminação mental”.

Um psicopata criou um jogo de mutilação e morte denominado de “Baleia Azul” que satisfizesse suas obsessões e compulsões de origem no estilo de vida e de pactos demoníacos que justificassem o fim, através de provas ou etapas incluindo autoimolações, mutilações e para acabar no suicídio individual e/ou coletivo.
Talvez, influenciado também pelo volume, força, espécie ou comunicação.
O incumprimento das principais regras, são a ameaça de um dos parentes e em especial do parente de que o suposto/a adepto/a mais gosta.

O jogo suicida da “Baleia Azul”, foi engendrado em 2013 e começou a ganhar seu poder a partir de 2015, o objetivo seria subjugar as vítimas arrastando-as ao suicídio, como provação da falha humana e corretiva a nível escalar superior.
Assim elas se libertariam da depressão, das vicissitudes, das alucinações, da fealdade social, dos monstros que criavam obsessões ou compulsões associadas ao sofrimento, cujo pacto com a “Baleia Azul” as libertaria através do suicídio, acabando os remorsos e os sofrimentos e assim alcançariam uma vida diferente e atraente.
Uma organização que a partir de um hobbie se tornou a compulsão e a manifestação de um grupo de manipuladores. Analisou-se o comportamento biológico das baleias, formou-se chefes denominados de “Curadores”, angariadores. O cenário das regras das provas estava predefinido, seus percursos, etapas, pacto e o resultado final.
As vítimas são como as baleias que viajam numa corrente tipo de atração e o efeito dominó propaga-se e justifica a ação perante a suposta consciência e o possível remorso. Em regra acabam por ser atrapadas pelas condições, de monotonia, condições, tempo e orientação. A baleia quando encalha em regra tenta voltar ao areal… parece que procura o seu fim – a morte, mesmo depois de arrastadas para o seu habitat.

O Jogo da Baleia Azul, me faz relembrar as seitas e cultos satânicos cometidos na RSA, com infraestruturas próprias secretas, muitos sacrilégios foram realizados como oferendas em especial crianças que desapareciam, muitas delas surgiam as fotografias nas embalagens comerciais do leite, na tentativa de alguém fornecer pistas à polícia, o membro que entrava já podia abandonar a doutrina e a missão, se optasse por abandonar, lhe davam a oportunidade de se suicidar ou matar a pessoa que mais amavam.

Quanto à Baleia Azul, trata-se de mais ma seita diabólica, cujo mentor é um compulsivo e possuído, que teve ma vida de opressão, abuso e restrição.

Outras seitas virão, e compete às autoridades uma maior vigilância em termos de internet e em termos associativos escolares e desportivos.

Certo dia numa viagem de L para P um padre que estava sentado a meu lado, contorcia-se e sua inquietude me irritava. Mas mantive-me na minha e de vez em quando me regalava os olhos e dizia:
– Esta maldita doença… sou sacerdote… já que vou morrer… gostaria de ir acompanhado… se este avião caísse!… Se acabava tudo.
Apenas sorri e lhe disse: A esperança é a última a morrer… em vez da quimioterapia, então faça assim…. E assim…
Perguntou-me quem era, e lhe disse: Um mortal como qualquer outro. Pediu-me o meu telefone e passados uns 7 a 8 meses, recebo uma chamada. Era o sacerdote que me dizia: – Bendito seja Deus e bendito sejais também para sempre… Conversamos durante uns 20 minutos e conclusão vale a pena lutar e nunca perder a esperança.

Eis os resultados de acordo aos meios de comunicação social:

O que é, afinal, o jogo suicidário Baleia Azul?
A participação no jogo Baleia Azul pode conduzir ao suicídio de adolescentes que se encontram vulneráveis.
CLAUDIA CARVALHO SILVA
28 de Abril de 2017, 19:44
O nome do jogo deriva da crença de que o arrojo de algumas baleias azuis corresponde a uma tentativa de suicídio
REUTERS/AUSTRALIAN ANTARCTIC DIVISION/HANDOUT

Em que consiste o jogo?
O jogo Baleia Azul – ou Siniy Kit, como é conhecido em russo ou Blue Whale, em inglês – é composto por um total de 50 desafios diários, e que deve, portanto, ser completado no final de 50 dias. Cada desafio é enviado diariamente por um “curador” ou “administrador” que pede provas (como fotografias ou vídeo) de que o desafio foi cumprido na íntegra pelos jogadores que são, por norma, adolescentes com problemas de depressão ou isolamento. Uma das premissas do jogo é que se deve jogar até ao fim, sem desistências e sem contar a ninguém. Este jogo acaba por ser, na realidade, um incentivo ao suicídio, já que grande parte dos desafios envolve automutilação e o último desafio é “Tira a tua própria vida”.
Tempo de agir e sem necessidade de perdas de tempo em suposições ou teorias.

Centenas de baleias morrem encalhadas em praia da Nova Zelândia
416 animais encalharam, mas alguns foram salvos por voluntários

BÁRBARA WONG
JORNAL PUBLICO
Nas últimas semanas, o país foi surpreendido com um jogo que pode levar os que aderem ao suicídio, é a última etapa do jogo, antes disso as propostas passam pela automutilação. É o jogo Baleia Azul e tem tido aderentes que vão parar ao hospital. Paralelamente há uma série para jovens e adolescentes, com produção executiva da ex-estrela da Disney Selena Gómez, que também gira em torno do suicídio de uma adolescente e que já levou escolas nos EUA a boicotar a série; na Nova Zelândia e no Canadá, os departamentos responsáveis pela classificação dos filmes considerou a série Por 13 Razões não adequada a jovens com menos de 18 anos e no Brasil a visualização levou a que centenas de jovens pedissem ajuda. A série que é uma adaptação do livro de Jay Asher aborda ainda a violação, o bullying, a depressão e a falta de acesso a cuidados de saúde mental.
A psicóloga Ivone Patrão, que trabalha na primeira consulta de dependência de Internet no país, que funciona no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, escreveu recentemente o livro #geração-cordão sobre as gerações que estão dependentes das novas tecnologias. A também professora no ISPA- Instituto Universitário teme que os casos de adolescentes que chegam ao hospital por causa do Baleia Azul possam ser mais do que os já conhecidos e apela aos pais para que estabeleçam regras.

Temos o jogo Baleia Azul e temos a série Por 13 Razões onde o suicídio está permanentemente presente. Até que ponto estes não servem para despoletar nos jovens o desejo do suicídio?
Claro. Confrontamo-nos com jovens que estão em sofrimento e se estas tarefas do Baleia Azul não existissem eles estariam a auto mutilar-se e a instituir um plano suicida. O jogo ou a série só vêm dar o mote. Há um sofrimento físico que ajuda a anular o sofrimento psicológico. O jovem pensa: “Eu sinto-me tão deprimido, tão vulnerável, tão mal que ao cortar-me sinto-me aliviado” e este jogo, para um jovem isolado, surge como alguém que não faz juízos de valor e o incita.

Até que ponto esta geração está mais perdida do que as anteriores porque têm menos perspetivas de vida?
Não diria que é uma geração perdida, mas que tem um risco que as anteriores não tinham, por causa do acesso fácil a tudo, por não ter de saber as coisas mas só o sítio onde elas estão. Com as tecnologias eles não fazem time-out, não fazem refresh uns dos outros e não param para refletir, para pensar, para ajustar a forma de pensar sobre algo que se passou durante o dia. Estão sempre ligados e isso ajuda a que os jovens que estão mais vulneráveis facilmente entrem no jogo. Sobretudo se têm ideias de morte, é como juntar o útil ao agradável. O jogo é uma coisa prazerosa onde se ganha. Aqui é completamente ao contrário.

O suicídio entre os jovens é a segunda causa de morte, diz a OMS.
Primeiro são os acidentes de viação e depois o suicídio. Eu diria que poderá haver muitas situações de suicídio que são considerados acidente e podem não ser. Em termos de número podemos ter dados superiores e não temos valores concretos das tentativas. Tenho situações de jovens que já tentaram suicidar-se três vezes, quer dizer que estão em sofrimento e que quem está à volta não se apercebe. Entrar neste jogo é muito fácil para estes jovens.

Mas o jogo não é também o testar os limites? Ou seja, não pode ser jogado por jovens que não têm esse quadro que descreve?
É comum e típico dos jovens querer testar os limites, mas só até um certo nível, percebem quando há uma zona de perigo. Portanto, se não estiverem em sofrimento ou vulneráveis recuam e não jogam.

Será que as notícias estão a contribuir para o problema Baleia Azul?

As notícias sobre este jogo podem levar mais jovens a entrar no Baleia Azul?
Haverá muitos que terão curiosidade porque querem saber o que é, até que ponto os tentam manipular, mas só jogarão se estiverem em grande sofrimento.
Há tentativas de suicídio online, os jovens entram em directo, mostram aos outros o que vão fazer e que acabam por ser salvos porque alguém que está a ver telefona para a polícia, jovens que nem sequer estão em Portugal (que estão em França, em Espanha, nos EUA) e que alertam as autoridades. Tenho relatos de pais que tiveram a polícia e os bombeiros em casa, de repente, sem saber porquê, quando tinham o filho ou a filha, noutra divisão da casa, a fazer essa tentativa em direto.

Mas o jogo ou a série não podem servir de alerta para não cometer o suicídio?
Pode funcionar não para os que estão em sofrimento, mas para os que vão ouvir as notícias com mais cuidado sobre outros que ficaram hospitalizados ou morreram. Vai funcionar para pais e professores para estarem atentos. Se estas situações não surgissem como é que a população em geral sabia?
Pode servir para jovens falarem com um professor ou com os pais de um amigo que esteja nessa situação. É preciso conhecer os sinais de alerta – alterações de comportamento, baixo rendimento escolar, distanciamento na relação com os colegas.

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Se calhar já existiram mais casos do Baleia Azul que os profissionais das urgências não identificaram como tal e definiram como automutilação porque o jogo era desconhecido. Haverá mais casos que poderão ser associados ao jogo.

Faz sentido para os jovens jogarem o Baleia Rosa ou vão achar que é uma parvoíce?
É positivo e estará adaptado aos que gostam da lógica dos desafios e de conseguir fazer bem e depressa as tarefas que, neste caso, são adequadas. É preferível que joguem e é de recomendar sempre que peçam ajuda especializada quando se sentem num beco sem saída.

O que é a “geração-cordão” que dá título ao seu livro?
É uma metáfora que tem a ver com a questão de ser uma geração que está sempre ligada às tecnologias e que não tem competências de autonomia e de desenvolvimento do seu projeto de vida, que não corta o cordão umbilical, não se autonomiza, não faz as tarefas da adolescência e está em contacto com o mundo mas só virtualmente. Defendo que é importante cortar o cordão umbilical à nascença e criar laços, deixar as crianças crescer de forma saudável.
Como é que devemos gerir as tecnologias nas nossas vidas?
Ainda estamos a anos-luz. Em inquéritos é muito engraçado os pais responderem: “não deixo estar muito tempo” ou “deixo o tempo que baste” [a usar o computador]. O que é isso? É ausência de clareza e traz muitos conflitos. Muitos jovens chegam à consulta porque os pais não sabem o que fazer. Desde crianças que lhes damos tablets e smartphones sem estabelecer regras e quando chegam à adolescência já é tarde.

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Até que ponto os pais também dão um mau exemplo do uso das tecnologias?
Os pais são um exemplo presencial e virtual. E ainda não parámos para pensar nisso. Temos muitos pais com adolescentes que têm Facebook e outras redes e querem instituir regras em casa, mas depois fazem posts à uma da manhã. Costumo dizer que à hora de jantar, a família pode fazer um “encontro da tecnologia” onde se juntam os telefones todos. A tecnologia encontra-se num sítio e a família noutro para conversar e conviver. Dificilmente as pessoas o fazem.
Alguns pais estão conscientes que são um modelo presencial, mas não acredito que tenham a ideia que também são um exemplo virtual. Mesmo com crianças pequenas, estas observam a relação do adulto com a tecnologia e fazem uma aquisição do que vêem. Estamos no princípio da consciencialização e é preciso afinar práticas educativas. É importante que se comece cedo, não a evitar as tecnologias, mas a enquadrá-las, introduzindo-as com regras e limites.
Haverá mais situações de jovens e crianças em risco e mais a experimentar o Baleia Azul. Tenho acompanhado jovens com automutilação. Lembro-me de uma jovem que não conseguia verbalizar e escrevia sobre a sensação que tinha quando se cortava, era um alívio, tudo ficava mais simples e mais fácil de lidar.

Como é que se resolve?
Há uma componente de intervenção com a família. É importante que os objetos cortantes não estejam disponíveis, que a família não faça juízos de valor, mas que compreenda o que se passa. Geralmente está escondido, nota-se nos comportamentos: baixo rendimento escolar, depressão, isolamento, jovens que chegam à consulta muito vestidos… Começo logo a suspeitar. Há uma componente de intervenção de psicoterapia que perdura

O que é, afinal, o jogo suicidário Baleia Azul?

Cura-se?
(Silêncio) É importante a adesão do jovem à intervenção. Para compreender esse estado e fazer um caminho diferente com estratégias positivas. Vi algumas imagens da mutilação da baleia no braço de uma jovem, que se nota que tem uma componente artística fantástica, portanto um desenho daquela jovem deve ser belíssimo. Significa que tem interesses que foram deixados de lado e que é preciso ir buscar. Muitas vezes há acontecimentos de vida – perda de coesão na família, a dificuldade de os pais têm de lidar com o crescimento dos filhos… Não quero fazer uma relação direta com o divórcio, mas às vezes, percebemos que estes jovens andam à semana, numa casa e noutra, e ninguém se apercebe do que está a acontecer.

Estes jovens que se automutilam também podem ser vítimas de bullying?
De bullying e de ciberbullying. Eles têm os telemóveis durante todo o dia – as regras variam de casa para a escola, de escola para escola, e até há professores que têm uma cesta onde os alunos põem o telefone, mas eles têm dois, o outro fica no bolso!
Portanto, há fotografias, vídeos, criam-se grupos para gozar com o colega, criam-se situações que é difícil os adultos terem perceção das mesmas porque uma coisa é o bullying direto que se vê no recreio, outra é este que se passa na rede.

Se não vêm, o que podem fazer os pais ou os professores?
Estes jovens dão sinais, ficam mais inquietos, mais agressivos. Às vezes podem ser os pais a pedir ajudar, a ir a uma consulta de triagem. Os pais podem ver o histórico do computador; fazer uma conversa pela positiva, de interesse e não de crítica. Tudo isto é mais fácil se os pais começarem quando eles ainda são crianças porque na adolescência cheira-lhes a intrusão. Aos 16 anos não se lhes pode pedir a password do email.
Por que arriscam os jovens as suas vidas no jogo Baleia Azul?

O que está a dizer é que os pais precisam de criar relação com os filhos e falar com eles.
É essencial, desde muito cedo. Eles são do toque, desenvolvem essas competências sozinhos. Os pais ficam descansados porque eles são muito espertos e esquecem-se que os filhos criam uma pegada digital, criam contas de Facebook ou de email aos oito/dez anos, podem entrar em sites que não são seguros, que podem falar com pessoas mais velhas… Damos uma chucha e há uma altura para a tirar, mas a da tecnologia é para o resto da vida.

E os pais estão a dar essa chucha antes de lhes dar um livro, um brinquedo de pano ou de madeira.
É verdade. Damos e não tem mal em dar, mas não pode ser só isso. Não tem mal usar tecnologia, é preciso saber as regras e os pais não estão a fazer isso.

Que outros casos ligados a dependência da tecnologia chegam à consulta?
Chegam-nos as situações mais graves. A consulta existe desde 2013. São sobretudo rapazes com número de horas exagerado [à frente de um ecrã], em absentismo escolar, sem projetos de vida, com perturbações psiquiátricas ou deprimidos e que encontraram no jogo online uma forma de ter prazer e de viver. São desinvestidos do ponto de vista físico, não comem ou comem em excesso porque estão sempre em frente ao computador.

E as raparigas?
As raparigas têm dependência das redes sociais o que implica socialização virtual e presencial, como há partilha de conteúdos, fotos e vídeos, encontram-se. Portanto recorrem menos à consulta.

Qual é a percentagem de jovens com dependência?
Os estudos indicam 25%. No Japão ou na China é mais de 45%. Associado ao número de horas temos o isolamento e a desistência de outro tipo de atividades, de lazer, desportivas e de contacto social. Efetivamente, temos muitos jovens que deixam a prática do desporto porque assim têm mais horas para jogar; que não vão ao cinema ou que aproveitam os furos nas aulas para jogar.
O ministro da Saúde japonês implementou os bootcamps obrigatórios de desenvolvimento pessoal sem tecnologia. Têm centros de internamento.

Fazem-se planos de intervenção para a saúde, alimentação, prevenção rodoviária, parece-me que cada município devia desenvolver um plano de intervenção saudável de tecnologia. Duvido que haja algum programa autárquico sobre este assunto, que é urgente.

São necessários em Portugal?
Nalgumas situações que temos que são mais graves. Estes jovens estão em absentismo escolar e não trabalham. Há comunidades terapêuticas para toxicodependentes que podem dar apoio nestas situações porque do ponto de vista neurológico é uma dependência sem estar ligada a nenhuma substância, mas ativa as mesmas partes do cérebro que as drogas ou o álcool.
Fazem-se planos de intervenção para a saúde, alimentação, prevenção rodoviária, parece-me que cada município devia desenvolver um plano de intervenção saudável de tecnologia – o próprio município disponibiliza wi-fi, por que não disponibilizar formação para pais, professores e jovens? Duvido que haja algum programa autárquico sobre este assunto, que é urgente.
Passaria por consultas?
Passaria primeiro por formação. Passaria por termos técnicos nos centros de saúde que possam fazer formação mais concreta para responder quando há casos de maior vulnerabilidade. Ainda estamos no início do que vai aparecer.

Vai ser pior que o Baleia Azul?
Pode haver outros jogos, estão sempre a surgir mais jogos.

Serviços telefónicos de ajuda e apoio ao suicídio em Portugal e na Europa

SOS – Serviço Nacional de Socorro
112

SOS Voz Amiga
(entre as 16 e as 24h00)
21 354 45 45
91 280 26 69
96 352 46 60

SOS Telefone Amigo
239 72 10 10

Telefone da Amizade
22 832 35 35

Escutar – Voz de Apoio – Gaia
22 550 60 70

SOS Estudante
(20h00 à 1h00)
808 200 204

Vozes Amigas de Esperança
(20h00 às 23h00)
22 208 07 07

Centro Internet Segura – Linha Internet Segura
800 21 90 90

Dois casos suspeitos da “Baleia Azul” em Viseu
Jovem de 14 anos chegou a fazer cortes superficiais no pescoço. Também um adulto que experimentou queixou-se à GNR que quis desistir e foi ameaçado…
2017-05-09 19:02/ CP, com Lusa
A PSP de Viseu tem em curso uma investigação relacionada com a “Baleia Azul”, depois de uma jovem de 14 anos ter feito cortes superficiais, com uma lâmina, na zona do pescoço.
De acordo com o comandante da PSP de Viseu, Víctor Rodrigues, a mãe da adolescente denunciou a situação na segunda-feira, descrevendo procedimentos que “terão sido iguais aos que têm sucedido em outros casos, com ameaças à jovem e a família”.
Depois de tanta notícia na comunicação social, a jovem decidiu pesquisar no Google sobre o jogo ‘Baleia Azul’, acabando por ser contactada por um indivíduo, que se supõe que seja brasileiro, e que insistiu para que participasse no jogo”, descreveu.
Victor Rodrigues informou que a adolescente de 14 anos “fez os cortes superficiais na zona do pescoço com uma lâmina”, numa altura em que se encontrava na escola.
A escola, ao aperceber-se da situação, alertou a mãe. A jovem recebeu tratamento no Hospital de Viseu, teve alta e acabou por dirigir-se, com a mãe, à PSP de Viseu para apresentar queixa.”
Este é o primeiro caso conhecido na zona de intervenção da PSP de Viseu.
De acordo com fonte oficial da GNR de Viseu, também “uma pessoa adulta”, do concelho de Mangualde, apresentou queixa no último sábado a propósito da “Baleia Azul”.
“Deu-nos conhecimento de que fez a primeira etapa do jogo, por curiosidade, mas depois não queria continuar e foi ameaçada”, explicou.
Polícia. (Reuters)